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Ócio criativo

Vocês já ouviram falar em Domenico De Masi? Foi através dele que eu ouvi pela primeira vez sobre o Ócio criativo, confesso que comprei o livro e ainda não terminei de lê-lo. Entretanto o assunto que venho a tratar é sobre o ócio e como ele pode ser criativo sem neuras e culpas.

Não faz muito tempo que virei autônoma e para uma taurina que gosta de tudo planejado, foi uma mudança radical em todos os sentidos. Não saber o que fará amanhã e simplesmente ter que sair correndo para um atendimento foi um desafio e tanto, contudo, não tenho o que reclamar desta vida. Pois hoje sou um ser que vive a vida, e estou aprendendo a viver sem culpa nesta cidade que não pára, onde todos saem cedo para trabalhar e eu saio cedo ou não para caminhar, correr e praticar exercícios. Tudo bem que eu também tenho atendimentos de manhã, mas não é todo dia.

No começo eu me sentia mal de ficar caminhando e ver as pessoas do prédio me olhando, eu pensava: Será que eles pensam que eu sou uma folgada? Com o tempo desencanei, pois a caminhada e a corrida, tem me feito muito bem, então... danem-se os outros hehehe. Hoje eu faço meus exercícios, pois meu trabalho pede uma atividade física, vou na acupuntura pela manhã, fico até as onze, depois vou passear no bairro da Liberdade, coisa que eu ADORO, paro em alguns lugares para conversar com as pessoas e chego em casa bela e feliz :) Tem dias que eu não tenho um atendimento, então eu aproveito para ler, fazer uma numerologia, brincar com o neto da minha vizinha (ele é um fofo e tem dois anos), dormir de tarde... enfim... imaginem o que quiserem, tudo isso sem culpa.

Por que estou falando tudo isso?

É para você que se sente culpado(a) por viver, por às vezes não ter o que fazer e enlouquece, simplesmente porque os outros estão ocupadérrimos sem tempo de ir ao banheiro (quantas vezes você deixou de fazer xixi, porque estava trabalhando?) Hello!!!!!!!!! É a sua necessidade física! Você tem que almoçar decentemente, sem falar de trabalho, tem que fazer xixi, beber água (tem gente que deixa de beber água para não ter que ir tanto ao banheiro - um absurdo!), não tem que fazer hora extra, e se tiver trânsito, combine com seus amigos de ir para um bar até melhorar o trânsito. Mas não fique trabalhando por horas e horas, isso nunca vai acabar, o que vai acabar são seus neurônios e a sua paciência, sem contar das dores musculares que sentirá de tanto ficar sentado na frente do computador e sendo sugado por esse monstro de infinitas "janelas".

E se um dia você ver que seu trabalho acabou, vai embora, ou pegue um livro, jogue paciência, mas não enlouqueça procurando coisa pra fazer. É preciso trabalhar com QUALIDADE de trabalho e não QUANTIDADE de trabalho, coisas muito distintas. E ignore, simplesmente risque do mapa de sua vida, aqueles pentelhos que ficam mensurando horas de trabalho, que acham que produtividade é o tempo que você fica com a bunda na frente do computador. Dessas pessoas tem que ter muita pena, ainda não aprenderam a viver, talvez nuncam tenham amado antes... Esses ainda têm muito o que aprender na vida, mas como eu digo sempre: "Um passo de cada vez e tudo no seu tempo."

É isso galera, vamos viver mais, ser mais felizes, respeitar os outros, mas primeiramente respeitar a você mesmo, encontrando seus limites e estar feliz sempre que puder e desejar!

Você não é uma máquina e até as máquinas tem seu prazo de uso. Seremos mais humanos, seremos mais livres dessa sociedade que corrompe a arte do bem viver!

Namastê

Comentários

Débora Rubin disse…
Pô, Ritinha, você esqueceu de citar nossas tardes regadas a café e chá!

Quem leva a vida assim como a gente tem também essa vantagem: ver os amigos no meio de uma tarde de um dia "útil". Adoro!

beijosss
RITA ABEMATSU disse…
É claro que lembro, como pude não colocar no texto?

Realmente essas tardes regadas a boas conversas e reflexões são essências em nossa vida e não tem dinheiro no mundo que pague isso ;)
bjs
Unknown disse…
Oi, Rita. Conheci o seu blog ontem e já inseri no meu google reader. Concordo com vc: não é o tempo que se passa trabalhando (ou fingindo) que determina a competência. São as idéias de uma mente relaxada que promovem as tão necessárias mudanças de paradigmas.
Parabéns pelo post.
Unknown disse…
Gratidão, querida! Te entendo perfeitamente:) também sou taurina e também me assumi como autônoma, e ainda mais como artista, aos 36 anos. Dá trabalho todos os dias assumir isso , mas é maravilhoso!!!!
Beijos e um lindo dia pra você!

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